Governos, formulem políticas urgentes, não deixem as empresas falir


Governos, formulem políticas urgentes, não deixem as empresas falir


Desde muito ouço que a melhor medicina é a preventiva e sempre aceitei essa máxima como verdade. Neste momento dramático do novo coronavírus, acompanho vivamente as recomendações, iniciativas e medidas dos diversos níveis governamentais.

Penso que o Ministério da Saúde tem agido bem, estrategicamente buscando conter ou reduzir a velocidade da disseminação ou propagação desse vírus devastador.

Os governos estaduais e municipais, de maneiras distintas e algumas até pouco ortodoxas, a meu ver, seguem essa mesma linha.

Isolar todos em casa, restringir o acesso da população às ruas, às praias e a logradouros públicos e a grandes aglomerações, fechar bares, restaurantes, hotéis, cinemas, teatros, shoppings e o comércio em geral. Reduzir o transporte público e a circulação de pessoas.

Recomendar o trabalho a distância para todos e a cessação das operações para aquelas atividades que não comportem o trabalho remoto.

Já vi notícias de grandes indústrias dando férias coletivas ou suspendendo suas atividades até abril, pelo menos.

Enfim, a bem da saúde pública, os governos também decretaram o shutdown das empresas. Pararam tudo!

Seria essa solução radical a melhor opção?

Já surgem opiniões divergentes, e eu me incluo entre elas, com todo o respeito.

Na verdade, acredito que cuidar das empresas é cuidar, na essência, preventivamente, da saúde das pessoas.

Prosseguindo a escalada de medidas dos estados e municípios, suspendendo as atividades empresariais em geral, teremos rapidamente muito mais empresas em estado falimentar no país do que mortes pelo coronavírus. Não duvide disso.

Já há estudos publicados, mostrando que as empresas brasileiras, principalmente as pequenas e médias, definitivamente não resistirão a um shutdown, e isso a curtíssimo prazo!

Deverão começar demitindo seus empregados. Cada empresa que fecha representa a “morte”, no sentido figurativo, de dezenas, centenas ou milhares de famílias.

O que farão essas famílias dos futuros desempregados, que certamente se unirão aos 12 milhões já existentes?

Difícil prever, mas sem dúvida teremos um caos social, porque estaremos falando de um contingente de cerca de 20 milhões de pessoas, aproximadamente, também considerados dois agregados ou dependentes, em média, para cada trabalhador.

O país não resistiria a isso!

Para mim, essa conclusão é tão óbvia e inquestionável que não tenho dúvidas em proclamá-la, do alto da minha ignorância, pois estaremos “matando a galinha e vão faltar ovos”.

Embora não seja médico, aprendi com eles que não adianta termos um diagnóstico preciso sem sabermos qual o tratamento aplicável e eficaz.

Na minha modesta opinião, temos que urgentemente repensar o tratamento a ser dispensado às empresas brasileiras, neste momento de grave crise.

Fechá-las e deixá-las com seus problemas seria a morte da economia brasileira a curto prazo.

Os governos em todos níveis deveriam ser o pronto-socorro das empresas, de maneira até prioritária às pessoas individualmente, porque os efeitos multiplicadores mediatos de uma política voltada para as empresas seriam exponencialmente maiores e mais abrangentes que novas CTIs ou respiradores em hospitais.

Não defendo que não se trate das vítimas do coronavírus, nada disso, mas que se priorize a coletividade, preservando o maior bem econômico da sociedade, que é a empresa.

Governos federal, estaduais e municipais, formulem políticas urgentes de apoio às nossas empresas, não as deixem falir!